sábado, 27 de março de 2010

Em época de crise todo mundo é Keynesiano

Keynes realmente criou uma meia-sola para os problemas do capitalismo:

Na hora do sufoco o Estado entra, ninguém perde o emprego - ou pelo menos a maioria - os empresários voltam a investir e todo mundo fica feliz!

Depois vem a fase ascendente do ciclo, todo mundo vira Milton Friedman. Todo mundo volta a defender os princípios liberais, e até o mercado financeiro é liberado das "amarras".

O "dinosauro estatizado" volta a incomodar. Logo ele que foi tão útil na época do sufoco..

Enquanto isso na graduação de Economia...

... os mestrandos continuam a ministrar aulas!

Nosso futuro presidente

Os professores da rede de ensino do estado de São Paulo entraram em greve. Existem duas possibilidades para explicar tal fenômeno: i) os trabalhadores não estão aceitando receber de acordo com a sua produtividade ou ii) as condições de trabalho chegaram a um ponto insustentável.

Se o caro leitor escolheu a primeira opção, meus pêsames, você pode ser um tucano enrustido. Libere os facista que existe em você!

A maneira que o nosso candidato a presidente encontrou para lidar com a situação é típica da direita - digna dos tempos de ditadura militar. Ou os trabalhadores aceitam "receber de acordo com a produtivadade" ou as balas de borracha entram em ação.

O sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo divulgou nota condenando a truculência do governo Serra:

Os lamentáveis acontecimentos de hoje nas proximidades do Palácio dos Bandeirantes, onde a truculenta polícia de José Serra deixou vários professores feridos, não vão calar a voz do magistério paulista em busca do atendimento de suas legítimas reivindicações salariais, profissionais e educacionais.

A proposta do governo, transmitida a uma comissão de 10 dirigentes da APEOESP e demais entidades do magistério pelos secretários adjuntos da Casa Civil e da Educação, de que devemos encerrar a greve para haver possibilidade de negociação é uma verdadeira afronta ao nosso movimento. O governo, agora apoiado na selvageria da tropa de choque, nunca se dispôs a negociar e mantêm a postura arrogante, apesar da greve generalizada em todas as regiões do estado. Onde está o governador, lá está a polícia batendo nos professores.

Por isto a nossa greve vai se intensificar e nova assembleia será realizada no dia 31 de março, às 14 horas, no vão livre do MASP, na Avenida Paulista.

No próprio dia 31 de março, participaremos do “bota fora” de Serra, às 12 horas, na Praça do Patriarca, promovido pelas entidades do funcionalismo e outras entidades. Na véspera, os professores doarão sangue a hospitais e bancos de sangue em todo o estado, sob o lema “Antes que Serra sugue o nosso sangue, vamos doá-lo a quem precisa”.
Bombas, truculência, ameaças e afrontas não nos intimidarão. Temos reivindicações e queremos negociação. Não nos ajoelharemos e não nos curvaremos à vontade deste governo. A greve continua!