sábado, 19 de setembro de 2009

Trechos Românticos II


Continuando a série que fará você chorar de emoção, a série que mexe com sentimentos, chegou a hora de citar Keynes. Sim, porque todo mundo sabe o quão sensível ele era! Não é segredo para ninguém que ele era um rapaz "jocoso". A seguinte citação faria Olavo Bilac se contorcer de inveja!

O trecho é da Teoria Geral, poesia pura:

"Os teóricos da escola clássica são comparáveis aos geômetras euclidianos em um mundo não euclidiano, os quais, descobrindo que, na realidade, as linhas aparentemente paralelas se encontram com muita frequência, as criticam por não se conservarem retas, como único recurso contra as desastrosas interseções que se produzem."

Esse trecho além de bonito é um golpe elegante contra a teoria clássica.

Trechos Românticos I


Depois de muito tempo sem postar pensei em presenteá-los com uma série. Nela serão destacados trechos "românticos" de escritos econômicos. De fato, a literatura chora de ter perdido esses caras para a economia.

Comecemos por Joan Robinson, discípula de Keynes. No seu livro brutal ironicamente chamado de "Introdução à Economia", ela deixa a emoção rolar e escreve:

" Todo e qualquer acontecimento ocorre numa situação de curto prazo, sob influência das condições do momento e das expectativas sobre o futuro. Hoje é um momento no tempo histórico, entre um passado irrecuperável e um futuro incerto. As decisões têm de ser tomadas hoje, as coisas têm de ser feitas;não é possível esperar pela certeza.

Antes que o amigo leitor molhe o teclado de tanta emoção, devo lembrar que ela se refere à custos variáveis de produção e margens brutas de lucro. Poucos autores fariam disso algo comovente, temos que reconhecer!!


terça-feira, 2 de junho de 2009

Marx, o irresponsável!

Estava eu folheando a Introdução de uma amarelada edição do Manifesto Comunista quando me deparo com a seguinte curiosidade.

É que houve um Congresso, realizado em 1847, em Londres. Engels e Marx ficaram encarregados de redigir o Manifesto do Partido Comunista. O próprio Engels recorda:

"os novos princípios foram aprovados por unanimidade e Marx e eu recebemos o encargo de redigir o Manifesto".

Pois bem, Marx retorna a Bruxelas e retoma o trabalho de divulgação de sua teoria. Enquanto isso, nada de Manifesto...

Até que no início de 1848 a paciência do pessoal do Comitê Central da Liga acabou. Eis alguns trechos da "cartinha" enviada ao Comitê Regional de Bruxelas, cobrando que o rapazinho faça seu dever, observe o tom de ameaça:

"o cidadão Marx de que serão adotadas contra eles severas sanções (ui!) caso o Manifesto do Partido Comunista, de cuja redação ele foi encarregado no último congresso, não chegar a Londres até o próximo dia 1º de fevereiro. Caso o cidadão Marx não for redigir o Manifesto o Comitê Central o intima a devolver imediatamente os documentos a ele facilitados pelo Congresso."

Traduzindo:

"Avisa a esse malandro que ele tá ferrado se esse bagulho não chegar aqui até o começo do mês. Se ele tá com preguiça ou não quer fazer, então que pelo menos devolva os documentos que os mano enprestaram."

Imagine a reação de Marx ao receber essa gentil mensagem, ele deve ter pensado:

- Putaquepariu! Esqueci dessa merda!

rsrsrsrssrsrsrsrsrsrsrs

O recado, por sinal, surtiu efeito. Logo nos primeiros dias de fevereiro Marx e Engels iniciam o trabalho. Três semanas depois o texto - e que texto! - estava pronto para ser enviado a Londres.

Eis aí uma boa desculpa para atrasos.
Se Marx atrasou por que eu não posso?

terça-feira, 26 de maio de 2009

Malthus, o amigão dos pobres!


Vai ter churrasquinho lá na laje, convido esse cara?


Thomas Robert Malthus - aquele que ficou famoso por causa da sua tese sobre o crescimento da população e da produção de alimentos - não era muito chegado às camadas inferiores da sociedade...


Pra falar a verdade ele odiava pobre. Deixemos que o próprio se explique:



"Não está em poder dos ricos fornecer aos pobres ocupação e pão, e conseqüentemente os pobres, pela própria natureza das coisas, nenhum direito têm a lhes solicitar"

Essai sur le príncipe de population (1803)


Ou seja, o garotão aí acha que a ralé não nem direito a pedir! Mas por que? Deixemos que Malthus explique novamente:

"Ele (o pobre) tem de saber que as leis da natureza, isto é, as leis de Deus, condenaram-no a viver penosamente, para puni-lo por tê-las violado"


Bela explicação científica! O pobre é pobre por causa das leis de Deus. Ele só pode estar brincando!


E para provar de vez que Malthus não era um cara muito popular, vou recorrer a mais um trecho dele, desta vez com um viés mais romântico:


"No grande banquete da natureza, não há lugar à mesa para ele. Ela lhe ordena que se retire, e ela mesma porá imediatamente suas ordens em execução, se ele não puder recorrer à compaixão de alguns dos convivas do banquete."


Comovente não? Pois é, ainda bem que Malthus não chegou a conhecer a periferia de Maceió.







quarta-feira, 20 de maio de 2009

A Supremacia Fashion de Ricardo




Só para constar, Ricardo não era inovador apenas em relação à teoria econômica. Comparado com os seus mais ilustres colegas, Ricardo humilha! Minha tese é que, sendo ele abastado, pôde contratar um personal stylist.

Marx praticamente era sustenado por Engels, pelo visto nem dinheiro pro barbeiro ele tinha. Mas não seria convincente um revolucionário sem barba.

Quanto à Smith, não me recordo se era rico ou pobre. Mas esses cachinhos.. Sinceramente!






Ok, Thiago, você foi visto!

Mas tem um bom advogado!

Jovem Larissa, O seu protesto não tem cabimento. Thiago, este baluarte da moralidade, nunca cometeu nenhum ato contrário ao que os bons costumes ordenam! Meu cliente é um santo, é íntegro, uma autarquia, um caminhão carregado de Coca cola de 5 reais... Quanto ao fato de que ele "foi visto": todos cometem deslizes, mas no caso do supracitado Thiago, que foi vítima de sua propria bondade, trata-se de um caso raro onde a garota o atacou de surpresa. Convenções sociais impediram o jovem Thiago de esquivar-se, e o pior aconteceu. Apesar de não estar na festa eu tenho certeza que assim ocorreu! Sendo assim, o seu nome é apropriado para ministrar qualquer curso do Moral e Bons Costumes. Aproveito a oportunidade divulgar o meu curso de Capoeira Aplicada à Economia, inscrições abertas! Força Thiago, os seus difamadores são incapazes de reconhecer uma alma nobre! Rumo à Canonização!

E eu não recorri ao pai dos burros!

Defesa de um amigo injustiçado!

Eis aí o infeliz:


Este blog, apesar de sua inclinação ao fracasso, é uma homenagem à David Ricardo, economista inglês, que mesmo sendo rico tinha honestidade intelectual. Além disso, Ricardo é o único clássico com cara de moderno, ele não tinha aqueles cachinhos cafonas do Adam Smith e nem aquela cabeleira bizarra do Marx.
Esse é o cara! é nóis!